Tudo estava certo para aquele dia (17/06/2009): meu filhinho amado, Filipe, no dia de seu aniversário de quatro anos, após três anos de internação em uma UTI hospitalar, sairia, conforme promessa de Deus, feita diretamente a mim, alguns meses antes, quando lhe perguntei, humildemente: "Senhor, o Filipinho passará mais um aniversário naquele lugar gelado, sem ver a luz do sol, o verde das plantas, o colorido das flores; sem ouvir o som dos pássaros e sentir a brisa suave lá de fora? O Senhor o retirará de lá até o dia de seu aniversário?"
Abri a Palavra de Deus e Ele me respondeu: "Teus filhos virão de longe..."
Tive certeza de mais esta promessa.
De fato, sua alta estava programada para alguns dias antes de seu aniversário e, depois, por motivos burocráticos, foi marcada exatamente para o dia 17. Que Deus, hein?!
Ao chegar no hospital, soube que ele sairia só no dia seguinte! Confesso não ter compreendido nada! E preferi não tentar muito chegar a tal compreensão.
Minha amiga Dani me ligou para saber se já estava tudo certo. Já eram por volta de 19:00 horas. Contei-lhe, ainda um tanto confusa, atordoada.
Falei que iria ao MC Donald´s com meu filhote mais velho e meu esposo. Fui. Cheguei primeiro e, em minha aparente solidão, começou a tocar uma música que, tenho certeza, era Deus quem fazia tocar, porque me confortava: "Mas é claro que o sol vai voltar amanhã, mais uma vez, eu sei..."
A noite parece mais escura para as mães de UTI, por vezes, sabem? Lembrar de que o sol volta no dia seguinte pode aliviar a alma.
Envolta em meus pensamentos, com a tal música tocando na rádio da lanchonete, Deus falou em meu coração: "Filipe nasceu somente às 22:00 horas. Seu aniversário começa às 22:00 horas de hoje e termina às 22:00 horas de amanhã, dia 18!
Assim que o Senhor me fez lembrar disso, as confusões em minha mente começaram a ser desfeitas, apesar da tristeza do coração ainda se fazer presente.
Já tínhamos cortado o terceiro bolo de aniversário dele no hospital!
Enquanto meu filhinho e meu esposo não chegavam, quem veio me dar um abraço de amiga irmã-irmã (leia-se irmã em Cristo e irmã mais do que se fosse de sangue), foi a Dani. Choramos juntas e ela me entegou o CD da cantora Damares, agora Embaixadora da Paz. Disse-me que ouvisse o louvor que fala sobre Daniel("Batalha do Arcanjo"):
Assim que saímos da lanchonete, eu e meu filho mais velho fomos ouvindo, ouvindo, oucindo e ouvindo de novo... O mesmo louvor.
Trouxe-me conforto, força; amenizou a dor da minha alma. Isso está no livro "O sol brilhará amanhã: anuário de uma mãe de UTI sustentada por Deus. Não estão todos esses detalhes que conto aqui, mas eu tinha que presentear a irmã Damares com o livro, com muito carinho e gratidão a Deus pela vida dela, que tem sido usada de maneira indescritível pelo nosso Pai.
